terça-feira, 21 de julho de 2009

Post-it

Eu ouço os meus atrofios interiores 50 vezes por dia, vezes sem conta! Este stress e tu estás comigo.
Corro neste asfalto e espero não ser tomado de assalto. Mente torcida, mente destruída. Não me visto ou vou depor.

- Como vão as coisas?
- Ah, bem obrigado.
- É?!

Tão boa aquela seda. Sim!!!! Apaga aquilo que não sou e que me transformo em ausências grudadas à loucura, há loucura! Sim aquela seda, a minha limpeza mental. Há paz?! Será? Torna-se!

E um psicólogo não ia!?!!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Orto-minor

Tanto requinte e tanta profundidade que aqui nossos débeis filósofos pregam,

Viver em meio de nada como se tudo barriga aconchegasse,

Ó falador, seria assunto nunca antes pensado com tanta certeza,

Falas, zombas de mim..

Será minha vez de falar, (orto-minor, orto-minor).
Ai não falará com tanta chacota.

A fábrica

Olha a labora, olha a labora, a 1000, 2000,3000, nunca pára e menos que a essa velocidade não trabalha.
Olha a labora, olha a labora.

Trabalhem, mesmo que mal, trabalhem. E Pum e toma, um aditivo e trabalha mais rápido, TOMA, TUCA!!

Mais labora,agora parece que está a 4000 a pobre fábrica. As fábricas vizinhas não entendem como pode trabalhar aquela fábrica tão rápido, claro que perfeição de trabalho não há. Pobre dela, trabalha tão rápido que o material parece estar a dar as últimas. A precisar de manutenção e tendo uma má coordenação parece que a ela não durará muito mais. Não se entende, nem o próprio pessoal que lá trabalha percebe isso, o que interessa é trabalhar.

No fim desta descoordenação toda a fábrica começa a perder "compradores" do seu material. A falta de bom trabalho e do cumprimento dos prazos está a fazer com que ela perca muito. A fábrica está a começar a ver o problema. Mas será que está em tempo de resolve-lo?

Queria

Queria ver nítido.
Queria saber, mas não sei.
Queria ser feito de ar.
Queria voar.
Queria que não me mentissem.
Queria deixar de pensar.
Queria ser acertivo, mas não tenho a certeza de quando o sou.
Queria deixar de sentir.
Queria ler mentes.
Queria não ser negativo.
Queria poder ajudar toda a gente que mereça a minha ajuda.
Queria ser bom.
Queria não mentir.
Queria não ser ciumento.
Queria chorar.
Queria ser ruim.
Queria que não houvesse cinismos.
Queria adormecer.
Queria sentir-me são.
Queria conhecer o mundo.
Queria tratar mal.
Queria não ficar só.
Queria surfar.
Queria apanhar uma moca.
Queria ler mais.
Queria deitar-me ao lado de alguem.
Queria que me mimassem.
Queria dar um soco em alguem.
Queria ser um estranho.
Queria que me entendessem.
Queria criar.
Queria mimar.
Queria pedir desculpa.
Queria estar noutro lado qualquer.
Queria tratar bem.
Queria ser (...).
Queria não ser paranoico.
Queria deixar de crescer.
Queria que não me julgassem.
Queria não julgar.
Queria acreditar.


Queria conhecer-me.

A perda dos sentidos

Rodeado gente, sinto um silêncio.Parece haver um barulho ensurdecedor, mas é silêncio que testemunho.Chegam-se ao pé de mim e falam. Não ouço. Apático e sem perceber, apenas aceno.Não produzindo nada, uso a mimica como resposta.
Penso para mim o som que aparenta haver e o porquê de estar invadido por tal silêncio. Aos poucos começo a perceber que não é de silêncio que se trata, mas sim o som do silêncio.
Estranho penso eu mais um vez, ouço este som em momentos a sós,no desvendar do sono, estarei a alucinar ou a ensurdecer?
E puff, adormeci.
Acordei num sitio que não reconhecia, deitado numa marquesa, parecia que tudo era coberto por tons de verde, como se me tivessem posto óculos com lentes verdes.Onde estou, perguntei sem me conseguir ouvir. Dou com a presença de alguém, não a reconhecia e carregava consigo uma bandeja. Chegou-se ao pé de mim, pousou-a e deixou a sala.Um prato com comida acompanhado por um manuscrito apresentavam a bandeja.Tentei cheirar a comida que não me emanava nenhum aroma, o aspecto era realmente fabuloso apesar da minha visão deturpada. Coloquei um pouco na boca.Ai percebi que não tinha paladar e cheiro, tinham ido sem dar conta, sem motivo. Assustado e perturbado li o papel que ainda se mantinha na bandeja, ao que este só dizia "Estás na merda".
Joguei a bandeja para o chão a chorar e em gritos mudos, rumei, corri para não sei onde, pensando no quê e no porquê do que me estava a acontecer.Sem paladar, cheiro, audição e uma visão deturpada esverdeada, continuava a correr. Nessa fuga para não sei onde à procura de não sei o quê sentia que o verde que cobria a minha visão se adensava, cada vez mais denso, mais espesso, como que uma persiana se fosse fechando aos poucos. Estou cansado, tão cansado.Dormente, tão dormente e tombo como se algo ou alguêm me tivesse retirado as forças.
Deitado ali no chão, imóvel, procuro o minimo sinal de luz e nada. Só encontro mais e mais verde, cada vez mais denso, cada vez mais escuro, até que se apagou de vez.
Não sabendo onde estava e porquê, sem sentidos, só tinha uma coisa, o meu pensamento que me tinha acompanhado sempre naquela jornada sem falha alguma. Pensei os comos e os porquês. Não foi preciso muito para perceber que estar a pensar era o que eu não queria, mas ali fiquei e me mantenho no escuro a pensar.

Estava?

Estava numa casa que parecia desabitada, estava escuro e dou com uma presença. Era-me familiar a pessoa que ali pausava, sentindo-a a vir em minha direcção começamos em abraços e beijos doidos, tocavamo-nos de uma forma desgarrada e erótica. Estava quente aquele momento no meio daquela casa escura. Sombras apagadas rodeavam-nos no meio daquele erotismo todo,no meio de tantos toques mutuos parece que sinto uma presença mais. Tocava-me também, tocava-nos. Distinguia-se pelo frio que era. Não era nada nítido dentro daquela escuridão. Estava lá mesmo, a abusar de nós, como se de uma violação se tratasse.
Cada vez mais indiscreta a sua presença, mas não conseguia parar. Dou por mim completamente envolto nesse frio misterioso e naquele quente que tão bem conhecia. Estava a ser demais aquela violação, senti-me mal e acordei.
Assustado olho em redor para o meu quarto, inconsciêntemente levanto-me, parecia que estava tudo no sitio, mas algo me chamou a atenção. O aquário tinha peixes, há meses que aquele aquário não era habitado. Estranho pensei, semi baralhado semi assustado. Vou a tocar nele e ele quebra-se, com aquilo acordei. Afinal era um sonho, olho a medo para o aquário e lá estava ele como o tinha deixado, vazio, escuro e sem vida. Levanto-me e vou à cozinha, aquele sonho agitado tinha-me deixado cheio de sede. Ao lá chegar vejo um papel escrito pelo meu pai que dizia, "Hoje não vás à janela", achando aquilo estranho e não respeitando o papel, dirigi-me para a janela, esta encontrava-se completamente aberta, ao espreitar aparece um monstro horrivel que me deu um susto de tal maneira que acordei...
..Ou não.

Inóspício..

Estou sentado a olhar para o nada, devia estar a trabalhar, mas ocupa-me esta ira vs tristeza que resolução não há explicação.
Contudo algo me deixa sereno, uma serenidade melancólica, como se tivesse uma bomba dentro de mim e depois daquele pânico inicial já estou mentalizado da minha morte iminente.
Não deixo de sentir uma magoa tremenda, pois irá chegar o fim desta vida.
Como podemos ter e certeza que esta vida nos deu aquilo que procuramos?! Este misto de sensações que a vida prega e estampa na nossa personalidade de constante mutação. Mais, menos, muitos, poucos, sim, não, porquês, se... apenas vida..

Versus

A casa era grande, mansão de bom-nome tinha sido, casa de burguesia abatida pela idade, apedrejada. Ali me encontrava, dentro daquela inóspita casa, comida pelo tempo, alvo de histórias macabras, casa despida, preenchida de reflexos negros, madeiras comidas e telhas partidas.

Meus passos ecoavam naquele lugar. Deambulei, investigando memórias, fazendo suposições sobre o que ali se teria passado.

Algo me cativa, um espelho, aquele espelho fixava-me, como se ganhasse vida o meu reflexo começou a mexer-se, eu comecei a mexer-me involutáriamente. Parecia que tinha invertido a lógica, eu agora seguia aquele espelho! A casa escurecia mais ainda, as paredes pareciam queimadas e eu seguia aquela imagem com um magneto tal.

- Fala comigo! (Gritei)

Sentindo esta manipulação doentia a chorar de nervos berrei outra vez.

- FALA COMIGO!!!

Aquela imagem não emitia qualquer som, apenas a seguia como se fosse eu o espelho. Resisti com todas as minhas forças, o espelho começou a ceder mas eu estava a ficar esgotado de tal esforço e num ápice tombei no chão. O meu reflexo manteve-se na mesma pose, mas parecia que tinha alguma dificuldade em manter-se de pé, reparei que este também de mim precisava.

Agora era ele que sentia raiva, olha para mim sorri e atirasse para o chão. Ali ficamos imóveis durante uns minutos, exausto respirei fundo e tentei erguer-me. Nada, olhei para o reflexo e ele mirava-me com um sorriso vitorioso. Em vão tentei, cai em mim e esperei por ele.

De nós

Caneta, papel,

Tudo do mesmo granel,

Pessoas caem na madrugada despida,

Crescem crianças com vícios,

Padecem viciados,

Ficam Homens de hospícios.



Problemas metais rolam desde o berço,

Fatiga muita fatiga,

Seremos imaculados?

Serei alvo constante

Ou apenas criança repleta de preconceitos passados?

Poltronas de papel rodeiam esta podre sociedade,

Chuva fará as demais quedas.



Conferências de futilidades enchem casas,

Não há nada, ocos, vás!!



Somos todos loucos,

Todos burros,

Cruéis,

Eu quero ir para o céu dos cães!

Tu

Holocausto, holocausto,
Vindo em todos nós criar, contudo imanamos o deprimente da criatura maligna.
Fujo, escondo-me desta mente perigosa, fico paralisado com tanta luz super sónica, ai que belo, super luz que desvanece no tumulo que nos perpetua.